— Marina Guzzo
A história da Terra é uma história da arte, eterna experiência artística. Nesse contexto, cada espécie é simultaneamente o artista e o conservador de outras espécies. E, inversamente, cada espécie é simultaneamente uma obra de arte e uma performance de espécies, cuja evolução ela representa, mas também o objeto de uma exposição que tem como curadores as próprias espécies que a fizeram surgir (COCCIA, 2020, p. 194).
A emergência climática é também uma emergência de cuidado: um sentido que extrapola nosso corpo individual e humano e atinge outros seres e o próprio corpo planetário. Ao expressar, imaginar com o corpo, ao mover mundos internos e externos, dançar com as plantas, com a terra, com as águas, as montanhas e, principalmente, dançar com os outros, estamos propondo formas de cuidar. A maneira como dançamos é também colocar o corpo em relação com o espaço, com o tempo, com o outro. Dança pode ser, portanto, cuidado. Um recorte de experiência que “escreve no tempo” determinada forma de relação. A proposta deste texto é compartilhar uma experiência artística interdisciplinar, para pensar como a dança ou as práticas ecossomáticas podem nos ajudar a estabelecer a atenção necessária para aproximar-nos e cuidarmos de uma conexão com a Terra. O texto conta com pequenos trechos reflexivos teóricos, entrelaçados com imagens dos processos criativos do projeto Mistura, que teve início na pandemia de covid-19.
Práticas ecossomáticas e cuidado
› Marina Guzzo,
Mistura #7
Foto: Marina Guzzo
O termo cuidado se refere a muitas questões, significa muitas coisas e articula campos de estudos variados que nem sempre dialogam entre si. Puig de la Bellacasa (2017) nos ajuda a pensar que não existe apenas um circuito de produção com o qual dialogar quando falamos sobre cuidado. O cuidado deve ser analisado, sempre, em suas relações, seus agenciamentos e suas propostas. Essa multiplicidade do cuidado nos faz menos perguntar “o quê” do cuidado (o que ele é, o que deixa de ser) para pensar sobre como ele é feito, quem o realiza, por que o faz e, mais que isso, quem “se importa” (Mol, 2008; Puig de la Bellacasa, 2017). Ou seja, ao abrir essa aproximação entre dança e cuidado, abrimos muitas perspectivas e caminhos possíveis.
É necessário ampliar uma compreensão de cuidado como prática de responsabilidade, acolhimento e atitude perante os processos sociais e individuais, incluindo aí perspectivas não humanas também. Nesse sentido, é interessante pensar como a dança ou as práticas ecossomáticas podem contribuir para estabelecer a atenção necessária para nos aproximar-nos de uma conexão com a Terra.
O que podemos definir sobre as práticas ecos- somáticas é que elas envolvem um campo de saber que aproxima a filosofia, a ecologia e o conhecimento do corpo, a partir de saberes já organizados pelo campo conhecido como Somática, mas também pela dança. Ou seja, não há uma única maneira de pensar e fazer, mas sim um grande movimento que pretende aproximar conscientemente, artística e poeticamente o corpo da natureza. No entanto, não se trata apenas de uma prática individual que troca a “sala de ensaio” pela paisagem natural. Trata-se de abarcar uma complexidade do entendimento de que, ao pensar ecologicamente, percebemos que não estamos separados do mundo natural. Somos também natureza. Dessa forma, todos os emaranhados de humanos e não humanos e das infraestruturas acabam impactando nosso corpo e nossa sensibilidade, sobretudo nossa capacidade de mover.
Joanne Clavel e Isabelle Ginot (2015) aproximam a Somática da Ecologia, a partir do que elas identificam ser uma espécie de parentesco de pensamentos entre as duas áreas de saber. As autoras propõem uma “utopia ecossomática” (Clavel e Ginot, 2015, p. 86) ao lançar perguntas para uma Somática que esteja aberta à diver- sidade humana, mas também ao não humano, e uma prática que se dirige ao conjunto dos soma-ecossistemas do mundo do vivo — e não somente ao mercado do bem-estar e da cons- ciência corporal. O projeto Mistura nasce nesse contexto de pesquisa e reflexão.
Mistura é uma oficina performática que explora possíveis relações coreográficas e rituais artís- ticos entre plantas e pessoas que se propõem a imaginar juntas como seria um futuro baseado em valores ecofeministas, como fertilidade, regeneração, cuidado e proteção. Na oficina, é proposto um jogo de imersão na presença e no tempo vegetal, bem como na escolha de tecidos, objetos e adereços que possam compor uma mistura entre as muitas “peles” que habi- tamos. A oficina performática também propõe uma aproximação da cidade a partir do ponto de vida das plantas que nos rodeiam, convidando-as para uma dança comum. A finalização acontece com uma travessia performática e a captação de imagens das pequenas interações efêmeras que se passam entre os participantes e suas misturas.
Durante os encontros, além da criação performática em si, dada pela relação com as plantas, acontece a condução de uma partitura de experimentação corporal, com exercícios de dança contemporânea e algumas práticas somáticas, com referência principal à pequena dança de Steve Paxton (1997).
Então, em certo momento, você percebe que relaxou tudo o que pôde relaxar, mas você ainda está de pé, e que este estar de pé é uma sequência de muitos instantes de movimento. O esqueleto te segura na vertical apesar de mentalmente você estar relaxando. Agora, o próprio fato de você estar ordenando a você mesmo a relaxar,e ainda continuar de pé— encontrando este limite no qual você pode relaxar ao máximo sem cair, coloca você em contato com um esforço básicode sustentação que está constantemente no corpo, mas do qual você não tem consciência o tempo todo. (Paxton, 1997, p. 23)
› Marina Guzzo,
Mistura #0.
São Paulo, Brasil. Foto: Marina Guzzo
A filosofia da mistura proposta por Emanuele Coccia (2018) parte da vida vegetal e nos apre- senta uma forma de conhecer um mundo pelas plantas com sua superfície de sensações, com as folhas produzindo a atmosfera, as raízes conhecendo a Terra e as flores como forças cósmicas.
Plantas são objetos metafísicos, pois se relacionam com a totalidade. De fato, as plantas estão na origem do mundo em dois sentidos. Elas criaram a atmosfera rica em oxigênio, que tornou possível a vida dos animais superiores.
Além disso, são os seres que exploraram em larga escala a alquimia que permite transformar a luz, a fonte de energia mais importante, em mais vida. Viver nada mais é do que se misturar à vida dos outros, ser penetrado pela vida dos outros. Não pensamos nisso, mas, ao respirar, nós nos alimentamos dos restos da vida das plantas. Enfim, a respiração é o ritmo da penetração recíproca, da amalgamação recípro- ca dos vivos e do mundo, que não para nunca e é o que chamamos de ‘vida’. (Coccia, 2019, s/p)
As plantas coincidem com as formas de vida que inventam a própria existência, apresentando-se por uma forma de corpo que se relaciona e reproduz no mundo conforme é transformado. Possibilidade de comunicação com um mundo vivo que só pode acontecer quando o humano deixa de ser o centro dos processos comunicantes, quando o humano se permite aos devires e povoar-se por forças não humanas (Dias, 2020).
Esse modo de pensar/existir desde as plantas nos convoca à reflexão sobre o que significa ser vivente e estar presente neste mundo. As plantas que “parecem ausentes, como blindadas no seu sonho químico” (Coccia, 2018, p. 211), estão mais aderidas ao mundo que as rodeiam que qualquer outro ser vivo. Constantemente expostas e reagindo ao ambiente que a cercam, as plantas são a vida em comunhão absoluta com aquilo que as circundam e, por isso, não precisam se mover: funcionam plenamente a partir do ambiente e dos outros seres que nele estão presentes. Uma espécie de pele que pensa e age ao mesmo tempo em tudo que toca.
› Marina Guzzo,
Mistura #0.
São Paulo, Brasil. Foto: Marina Guzzo
Ser vivente e estar presente
Quando o período crítico da pande- mia começou a se dissipar, fizemos uma chamada aberta, em parceria com o Instituto Procomum1, para mulheres interessadas em participar do processo — de forma presencial — e dançar com as plantas. Tivemos muitas interessadas, mas terminamos com um grupo de 13 participantes. O projeto durou dois meses, com encontros semanais, coleta de plantas, conversas sobre cuidado, histórias com plantas, roupas, memórias, tecidos. Pequenas coreografias vegetais, narradas pelos corpos das mulheres que estavam ali presentes. Para o encerramento do projeto, convidamos o fotó- grafo Gui Galembeck, que fotografou e filmou as misturas individuais e a mistura coletiva, intitulada Mistura #1.
As imagens foram impressas em papel para lambe-lambe, e as próprias mulheres participa- ram na colagem e na instalação da exposição na fachada do Instituto Procomum. Nesse dia, também assistimos a videoperformance que posteriormente foi apresentada em diversos festivais2 de arte e vídeo-dança no Brasil e no mundo. A avaliação que pudemos fazer desse primeiro experimento, relatada pelas próprias participantes, foi de uma transformação na maneira de olhar para as plantas em seu território. “Agora, sempre que vejo uma planta, quero vesti-la, dançá-la, estar com ela” — foi uma das frases de uma das mulheres. Esse e muitos outros relatos chegaram a partir de um lugar de aproximação e enamoramento das plantas, vistas agora como companheiras coreográficas.
As imagens, as peles, os tecidos trazem memórias das participantes, compondo paisagens sensíveis e afetivas dos territórios em que estivemos. Alguns exemplos: uma mulher traz um cueiro que embalava seu filho, já crescido, mas que sofreu um acidente durante a juventude que mudou o curso da vida dele. Ela dança com a memória desse bebê, tão amado, cuidado e desejado. Outra parti- cipante traz o lenço que sua mãe usava para adornar sua cabeça careca durante o tratamento de quimioterapia para um câncer de mama. Em Cádiz, outro exemplo, Mistura #3 foi feita com muitas roupas e adereços flamencos. “Esse leque era da minha avó.” “Esse tecido eu usava para bailar.” E, assim, toda uma atmosfera de bolas, vermelhos e gitanas se entrelaçou com a vegetação da Andaluzia.
Dançar paisagens, reconstruir memórias de futuros
Mistura se tornou um dispositivo para dançar paisagens. Com seus pedaços de pano, de roupas e de plantas, constrói alianças afetivas como possibilidades de um fazer inventivo para algo que está muito perto de nós. Misturar o que se tem à mão. Alianças afetivas que, segundo Ailton Krenak (Krenak e Cesarino, 2016), são trocas que não supõem só interesses imediatos, mas alianças que extrapolam o plano das relações sociopolíticas, das ideias. Alianças afetivas ampliam nossa maneira de entender e olhar a vida, as relações e as possibilidades de estar no mundo em múltiplas perspectivas. A experiência de fazer as ações do Mistura ampliou alianças afetivas entre pessoas com seus territórios internos e externos, vegetais e de vestuários, mas também no campo simbólico e cultural, ampliando as possibilidades de expansão de realidades e ações artísticas. Exercício de alteridade importante diante da crise climática que afeta não só humanos, mas também outros seres que habitam o planeta.
Essa forma de organização coreográfica também aponta que para fazer uma floresta, em tempos de monocultura, talvez seja preciso evitar alguns protocolos já existentes, de movimentos já conhecidos, de gestos já inúteis diante das formas de opressão. Afastar-se do que empobrece a vida e o imaginário. Trata-se de um longo trabalho de ativação de outros modos de existir e fazer nas ações e criações, incluindo agentes humanos e não humanos, numa rede de materialidades e sensibilidades que promovem coreografias plurais interespécies – nem sempre consensuais. É a produ- ção de paisagens que não apenas catalogam a diversidade, mas narram as histórias em que as diversidades emergem, entendendo que a diversidade é sempre criada com sinergias colaborativas, sempre em devir (Tsing, 2019).
Mistura não é pensada como um obra única que se encerra, mas sim num processo contínuo que inclui inclusive o que seriam “espectadores” para participar e criar junto possibilidades e outros eventos a partir da experiência. Como sugere Jaime Conde-Salazar (2018), a dança do futuro tem mais a ver com a ideia de projeto, ou seja, com uma postura de investigação e pesquisa que se desenvolve no tempo e se compõem em rede, com múltiplas organizações e composições. Propõe-se como uma ação para além do mercado da arte e suas lógicas capitalistas, mas também como um encontro e ritual de cuidado entre pessoas e plantas participantes.
Os exercícios artísticos e de criação aqui apresentados nos colocam perante questões como finitude, destruição, extinção, desaparecimento, cuidado, regeneração, memória. Conectam-nos com elementos da terra, da água e do ar — e principalmente o ponto de vida vegetal. E, ao mesmo tempo, podemos oferecer, nessa comunidade, espaços de afeto, esperança e beleza. Experiências estéticas acessíveis aos temas de urgência da vida contemporânea.
Muitas crises entrelaçadas
Malcom Ferdinand (2022) propõe duas imagens que fornecem modos distintos de existir diante da crise ecológica: uma é a imagem da Arca de Noé e a outra a imagem dos Navios Negreiros. São dois finais diante do mar: um modo de existir e sentir que parte da ideia de salvação — salvam-se alguns poucos e escolhidos; e outro, da ideia de que teremos de reconstruir mundos para que possamos seguir vivendo — sentir-nos como “quilombos” (Nego Bispo; Mayer, 2020), “assembleias polifônicas” (Tsing, 2019), “misturas” (Coccia, 2018), para, assim, nos entrelaçarmos e construirmos condições para viver nas ruínas das plantations de paisagens e ecologias simplificadoras (Tsing, 2019).
Acompanho este último grupo de autores e essa ideia da reconstrução de mundos para sentir e seguir juntos. Se a crise climática deflagrada no Antropoceno nos é comum, como uma crise política e estética, a arte não separada da vida, portanto da natureza, o cuidado e a potência da imaginação de outros mundos possíveis têm papel fundamental, construindo paisagens de futuros encantados.
Uma paisagem é o sedimento de atividades humanas e não humanas, bióticas e abióticas, importantes e construídas sem intenção. Paisagens são mundos ativos da vida, sustentados por traços e legados materiais, mas ainda abertos a formas e possibilidades emergentes. Eu sigo os ecologistas para fazer da diferença uma propriedade fundamental das minhas “paisagens”: uma paisagem pode existir em qualquer escala, mas sempre envolve uma diversidade de fragmentos. Uma mistura de fazendas e florestas pode ser uma paisagem, mas também uma folha na qual
insetos e fungos criaram microecologias. Pensar com paisagens abre a análise para uma multiplicidade entrelaçada (Tsing, 2019, p. 149). A experiência poética possibilita a apreensão do mundo como totalidade viva, erótica, com a experiência de comunidade, de comum, com tudo que nos atravessa e nos compõe: os vege- tais, os minerais, a água, o ar e as outras pessoas. Retomando a ideia de multiplicidade do cuidado para pensar sobre como ele é feito, quem o realiza, por que o faz e, mais que isso, quem “se importa” (Mol, 2008; Puig de la Bellacasa, 2017).
Podemos reconhecer as realidades humanas e mais que humanas, assim como as formas pelas quais compartilhamos significado e transformamos valores acerca da vida. A arte, dessa maneira, pode ser uma direção possível e concreta na trilha da transformação de questões políticas, como a emergência climática e mudar o valor e as perspectivas das coisas.
› Marina Guzzo e Kidauane Regina,
Mistura #5.
Paraisópolis, São Paulo (SP), Brasil. Foto: Patrícia Araújo
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
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NOTAS
2 Mistura #1 foi apresentado no Festival Arbola em Pamplona na Espanha em 2022, Festival Iberoamericano de Teatro de Cádiz na Espanha, em 2022.
Marina Guzzo
Artista e pesquisadora, Marina Guzzo concentra suas criações na interface do corpo e da paisagem, misturando dança, performance e circo ao tensionar os limites da subjetividade nas cidades e na natureza. Desde 2011 tem como centro de sua pesquisa a crise climática e o papel do artista na produção de imaginários para travessias de um mundo em ruínas no Antropoceno. Trabalha em parcerias com equipamentos de saúde, cultura e assistência social pensando a arte como ação política que tece uma rede interespecífica complexa de pessoas, instituições, objetos, plantas, animais, fungos e paisagem. Pós-doutora pelo Departamento de Artes Cênicas da ECA-USP e mestra e doutora em Psicologia Social pela PUC-SP. É Professora Associada da Unifesp no Campus Baixada Santista, pesquisadora do Laboratório Corpo e Arte no Instituto Saúde e Sociedade.
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