— Irineu Nje’a Terena
Irineu Nje’a Terena nasceu na terra indígena Araribá, na aldeia Kopenoti, no município de Avaí, a 50km da cidade de Bauru. Formado em História e com especialização em Antropologia, encontrou na cerâmica o veículo para se reconectar com a sua ancestralidade e devolver essa tradição para seu povo. Célia Barros e Gabriela Leirias conversaram virtualmente com Irineu para conhecer sua trajetória.
Você poderia nos contar um pouco sobre a sua trajetória?
Eu sou Irineu Sebastião. Meu pai me deu um nome indígena, Irineu Nje’a, que eu uso como nome artístico e junto Terena para identificar minha identidade étnica, Irineu Nje’a Terena. Atualmente, vivo em contexto urbano na cidade de Bauru desenvolvendo meu trabalho com arte em cerâmica. Minha mãe, Nina Auwá, mora em Bauru, meu pai, Cassiano Sebastião, mora lá na aldeia e é o ancião mais antigo da Aldeia Kopenoti. O meu avô Balbino Sebastião chegou à Terra Indígena Araribá em 1928 com Marechal Rondon, que trouxe cinco Terena do Mato Grosso Sul.
Sou formado em História com especialização em Antropologia, lecionei em escolas estaduais entre 2008 e 2015. Mas hoje eu me assumi como artista e trago essa experiência como professor e como antropólogo no meu trabalho. Sigo pesquisando a história do meu povo Terena, mas não é uma pesquisa escrita, é totalmente tátil, na cerâmica.
Não sou fluente na língua aruak, eu sei apenas algumas palavras. Mas, é um desejo que está na minha alma de aprender a falar o aruak. Fui consagrado Koixomuneti (1) em 2018 na aldeia de Ipegue, Terra Indígena Cachoeirinha, que fica no Mato Grosso do Sul.
Qual é a relação entre a tradição da cerâmica e a espiritualidade Terena?
Quando o meu pai fala sobre o mito Terena (2), ele diz que o Terena é a própria argila, pois somos da mesma cor. Nós saímos do barro. O mito fala que Urekayuvakái chega à floresta e começa a tirar as pessoas de um buraco do brejo para colocá-los em uma grande fogueira. Como o brejo é aquela lama argilosa, podemos entender que eles se transformaram em cerâmica. É uma reflexão, um pensamento meu, da relação do meu povo com a cerâmica.
Faz 96 anos que os Terena chegaram aqui, na Terra Indígena Araribá. Durante esse tempo, algumas pessoas não indígenas ofereceram cursos de cerâmica nas aldeias, mas eu sou o único Terena que faz esse trabalho na aldeia Kopenoti a partir da nossa própria história. Porém, durante esses anos essa tradição esteve adormecida.
Em 2003, tive o primeiro contato com a argila, comprei um quilo e tentei fazer um patinho, mas não consegui. Joguei fora, depois de muito tempo tentei de novo. Continuei pesquisando, fazendo pequenos cachimbos, às vezes demorava uma semana para conseguir fazer um bichinho. Eu não tinha técnica nenhuma, mas fui insistindo, vi alguns vídeos das oleiras do Mato Grosso do Sul, mas as técnicas são diferentes. Acredito que a pesquisa da flauta, que é uma coisa bem delicada para conseguir uma sonoridade, me fez avançar bastante. Quando eu consegui aprender, decidi que precisava levar esse conhecimento para dentro da Aldeia, que essa tradição precisava ser despertada lá na Aldeia Kopenoti.
Foi usando o rapé (3) que eu vi meu avô e minha avó que, vestindo roupa branca de algodão e com as mãos pequenas, tocaram meu ombro falando na língua aruak, que eu não falo, mas no transe espiritual entendi tudo:
— “Fio”, aonde você for, estaremos com você, onde você colocar sua mão e seus pés, estaremos com você.
E me deram uma pelota de argila. Eu acredito que foi naquele momento que as coisas começaram a se revelar para mim. Eu tinha lido que antigamente lá no Êxiva (4), antes da chegada dos europeus, a cerâmica era uma tradição feminina, que era a função das mulheres fazer os utensílios domésticos. E isso é o que está escrito. Mas, quando fui para Mato Grosso, conheci um homem oleiro. Achei interessante saber que também tem homens lá na aldeia que mexem com a cerâmica, já que, até então, antes de ir para o Mato Grosso Sul, entendia como um trabalho de mulheres. Posso fazer alguns utensílios domésticos, mas meu foco é mais as esculturas. Quando eu fiz a primeira edição da oficina de cerâmica “Argila nas mãos, memória viva Terena” na aldeia, foi voltado para as mulheres. Eu falei que não iria ensinar às mulheres Terena o que elas já sabem, eu só estava lá para despertar aquilo que estava adormecido. Porque está na memória delas, rapidamente se lembram da avó ou da tia que faziam cerâmica.
As pesquisas indicam que antigamente as mulheres tinham todo um ritual para buscar cerâmica, não podiam estar menstruadas, evitavam mexer com comidas; segundo eles, as mãos ficavam engorduradas e com sal, e isso poderia rachar as peças. O modo como os Terena trabalham a argila no Mato Grosso Sul também é bem diferente. Eles fazem o esquente (a secagem das peças) deixando no sol escaldante o dia todo e no final do dia é quando eles colocam fogo, já fazem a fogueira com fogo alto para queimar a peça de uma vez. Nós aqui começamos a nossa queima de cerâmica com um fogo bem baixinho para o esquente e vamos aumentando com passar das horas, então é totalmente diferente.
Eu acredito que a lua também influencia a natureza, por exemplo, quando trabalhamos com bambu: você pega na lua minguante, porque toda água secou, ela murcha e vai ser difícil pegar algum bicho, então do mesmo jeito elas buscavam a argila na lua certa para ter maior resistência, maior durabilidade, não trincar, não estourar no forno.
Acho que eu estou sendo um canal para o despertar da cerâmica dentro da minha Aldeia Kopenoti, mas para mim, ela é para todos que desejarem.
› Esboço para a série de esculturas
Boca do Sertão.
Foto: Acervo pessoal
Entendemos que no pensamento indígena é difícil separar o fazer artístico das demais atividades cotidianas. Conte-nos, por favor, de que modo a palavra “arte” faz sentido nos contextos que você vive e circula.
Se é artesanato ou arte, eu prefiro falar que todo artesanato é arte. Porque tem uma contextualização, uma história. Não é reproduzido, industrializado. A pessoa vai lá catar sua sementinha, catar sua pena, catar seu capim. Talvez este colar de contas da tradição Terena que estou usando agora não tenha importância para ninguém, mas para mim tem uma história muito forte. Este que estou usando ganhei do meu amigo Idjahure Terena do Rio de Janeiro, que me deu num momento que a gente estava pesquisando as tradições do ritual do Ohekoti (5), eu sobre a cerâmica, e ele sobre as músicas ritualísticas.
A arte foi uma porta que se abriu para que eu pudesse conectar com os meus ancestrais, porque foi a partir desse momento que olhei de maneira diferente para minhas peças de cerâmica. Comecei a buscar em mim e colocar para fora tudo aquilo que me pertence. Foi assim que, em 2018, criei o ateliê Terena Arte Indígena em Bauru, no mesmo ano em que fui consagrado como Koixomuneti na aldeia de Ipegue, no Mato Grosso Sul. A partir desse momento, montamos o espaço Terena, onde realizamos a concentração com cachimbo, que é uma tradição Terena. Nós não tomamos ayahuasca, mas fumamos o cachimbo, que faz parte da nossa espiritualidade, assim como outras bebidas que são de expansão da consciência como o Mopó (6). Então, para mim, a questão espiritual, a arte e a história ancestral estão conectadas. Irineu Nje’a é tudo isso em um só, não tem como fragmentar. Quando eu converso com vocês está tudo junto: a minha arte, toda a história Terena e a espiritualidade. É como na história do mito Terena: na hora que a mãe corta Urekayuvakái no meio, ele se transforma em dois. Ele se transformou em dois, mas é um só. Um foi com o bem-te-vi encontrar os Terena na floresta, e o outro foi com a mãe para a roça. Para mim é a dualidade que existe dentro de cada um de nós.
› Irineu Nje’a Terena,
Nos passos da Ema,
escultura de cerâmica.
Foto: Acervo pessoal
Sua pesquisa se desenvolve em várias direções, você confecciona entre o contemporâneo e a ancestralidade. Como você entende a importância desse trabalho?
Nos meus trabalhos, eu trago muito da minha história ancestral, enquanto ser Terena na terra, ser Irineu Nje’a. Resgatar a memória ancestral do meu povo que vem desde antes da invasão dos europeus no Êxiva, no século XVIII. Eu trago as histórias e memórias do meu pai, Cassiano Sebastião (76), que conta as histórias e memórias da minha avó Clarice Lulu, que era uma Koixomuneti. No meu ateliê, eu coloco essas memórias na cerâmica, construindo uma história contada a partir das minhas peças.
Quando participo das feiras, não apresento apenas as minhas peças de cerâmica, estou oferecendo a minha história e a história do meu povo. Quando a pessoa compra o meu trabalho, leva consigo a história da nossa ancestralidade. Como se fosse um livro sem escrita, um livro de uma página só ou de mil páginas numa peça que eu faço. Então a minha arte não é um objeto, é um pensamento.
Às vezes, eu faço alguns trabalhos contemporâneos, mas, também, continuo fazendo os cachimbos, os colares de relicário que trazem proteção espiritual. Eu trago uma linhagem de Koixomuneti, que para nós é o líder espiritual, e isso se faz presente nas peças.
Tenho algumas esculturas que trazem essa questão sistêmica, das memórias e registros akáshicos (7), para fazer as pessoas refletirem sobre o seu eu interior. Como uma das obras que eu fiz que é um olho e dentro um adulto como um feto, que intitulo de Renascimento. Quando a pessoa consegue ver de fato a sua essência e o seu interior, ela renasce. Independentemente de qual seja a sua idade, pode ter 60 ou 70 anos, ela renasce, rompendo com os padrões anteriores. Foi o que aconteceu comigo. Nessa escultura trago muito forte essa questão sistêmica, o olhar para si, esse olhar terapêutico.
Você foi consagrado Koixomuneti. Qual é a relação da espiritualidade com o seu trabalho de arte?
Na tradição Terena o Koixomuneti é um líder espiritual, com grande sabedoria, responsável pelas cerimônias do ohekoti, responsável em proteger as aldeias. Mas o significado da palavra Koixomuneti, segundo meu pai Cassiano, é o homem que busca sabedoria, o homem sábio. Então o Koixomuneti, para mim, pode ser como aquela pessoa que tem a experiência de vida, que conhece a natureza do Universo, que busca sabedoria nos estudos.
Nas cerimônias espirituais do ohekoti, o Koixomuneti gira o itaaká (8), para se conectar com os espíritos guias, com seu Kipahê (9), para limpar o campo áurico, e com sua cantoria na língua aruak canta a noite toda para ter revelações do futuro. Ele é como o médico da aldeia, o rezador, o homem que tem sabedoria, o homem que sabe é Koixomuneti. Hoje, eu, como Koixomuneti, não falo a língua aruak, mas eu tenho Kipahê, tenho itaaká e conheço também a manipulação das energias, por meio da Radiestesia, Reiki, constelação familiar, bioenergética.
A palavra Koixomuneti está em todos aqueles que buscam sabedoria inde- pendentemente da situação, em qual momento a pessoa busca a sabedoria, em todas as áreas profissionais, como médico, engenheiro. É lógico que o Koixomuneti dentro do universo Terena é bem diferente.
Ele é o homem espiritual que busca a sabedoria na ancestralidade durante sua vida na Terra, tem conhecimentos das ervas, das matas, das rezas, etc. Meu avô Balbino Sebastião também era um Koixomuneti, andava sempre descalço, quando ele entrava nas matas pegava três fios de capim e trançava, segundo meu pai era para amarrar a boca dos bichos bravos e das cobras.
Isso é um legado que minha vó Clarice Lulu deixou para mim, que estava adormecido dentro de mim e despertou. Eu fiquei 20 anos ligado a determinada igreja, certo dia fui a uma conferência racial e entendi que aquele movimento era o que eu queria para minha vida. Resolvi sair da igreja e conheci um pessoal que me levou para tomar uma ayahuasca. Todo mundo falou que ia ver Xamã, mas eu não vi nada de Xamã, eu vi a morte ali, eu vi minha morte e de repente comecei a renascer.
Despertou essa essência Terena de quem eu sou.
A partir desse momento parece que o Universo foi trazendo as coisas que eu precisava. O meu pai sempre me falava sobre os animais de poder da minha avó Clarice Lulu, que era o peixe, o gavião, a onça e o beija-flor. Como historiador eu tinha um enten- dimento para realizar a pesquisa para a universidade, para escrever sobre isso. Mas hoje entendi o que ele falava: “Olha, isso era da sua avó, isso é seu, e você precisa dessa força”. Eu não escrevi nada sobre isso, fiz tudo na cerâmica, e depois de 10 anos essa é a minha pesquisa.
› Irineu Nje’a Terena, Renascimento, escultura de cerâmica. Foto: Rhaisa Rodrigues
Eu uso esse material, que são painéis grandes, em palestras, para trabalhar a questão indígena em sala de aula com os alunos, pois algo me incomodou e me tirou da zona de conforto e comecei a desenvolver esse trabalho nas escolas. Nas palestras que realizei na cidade de Bauru sobre a questão indígena, 98% das pessoas nunca tinham ouvido falar da Terra Indígena Araribá, muito menos dos povos que viviam ali. E olha que a Terra Indígena, se eu não me engano, tem 114 anos.
Foi nesse contexto que fiz o livro História do mito Terena. Esse trabalho foi a chave que me começou a abrir para os outros trabalhos. É um livrinho bem fininho, mas que traz uma tradição, uma história milenar.
› Irineu Nje’a Terena, Dualidade, escultura de cerâmica.Foto: Rhaissa Rodrigues
Na época meu pai sentou comigo preocupado porque a história iria sumir. Para você ter uma ideia de como essa história estava sumindo, em 1947, um pesquisador fez uma pesquisa sobre o mito Terena e tinha uma folha imensa e, se eu não me engano, em 1985, quando foi escrita novamente, diminuiu para metade de uma folha. Quando eu conversei com meu pai, ele só sabia duas linhas, não lembrava mais. Eu comecei a pesquisar sobre o mito Terena, mas dentro da Aldeia eles não sabiam sobre o mito. Aí eu fiz o livrinho para distribuir nas escolas estaduais e municipais. O mais importante desse projeto foi dentro da Terra Indígena Araribá, principalmente na Aldeia Kopenoti.
Se você falar com as crianças, elas sabem o mito de cor e salteado, foi uma forma de eternizar na minha aldeia. Foi um trabalho simples, mas que surtiu um efeito muito forte na memória, para não esquecer essa história.
› Irineu Nje’a Terena, Auscultar, escultura de cerâmica, 2022. Foto: Kassia Borges
Nesse processo, construí um forno na Aldeia Kopenoti e dei um curso de cerâmica, a segunda edição do projeto Argila nas mãos memória viva Terena, para as crianças, com o objetivo de fazer aflorar nelas essa cultura ancestral por meio da arte e da cerâmica e, assim, ver se alguma das crianças tem interesse em ser oleira dentro da Aldeia Kopenoti e dar continuidade a isso.
Nessa oficina, as crianças fizeram o avô do Universo Urekayuvakái, e eu fiquei impressionado como conseguiram, somente fui orientando e fornecendo as técnicas de como mexer com a argila. Acredito que seja apenas dar con- tinuidade. Essa roda girou, mas tem de dar continuidade, e é isso que eu estou tentando por meio de vários projetos e parcerias.
Nós somos um povo ceramista, então precisamos trazer de volta essa tradição na Aldeia Kopenoti. Inclusive eu vou para o Mato Grosso do Sul novamente para trazer esse conhecimento para cá, para a Terra Indígena Araribá, Aldeia Kopenoti. Como artista, tenho utilizado a arte para o despertar da cultura da cerâmica dentro da Aldeia Kopenoti, que tomou uma dimensão internacional, fiz a arte Itaakas na Alemanha.
Hoje eu fundei a Araci Cultura Indígena, a asso- ciação que nasceu em apoio à cultura indígena. Fundei meu ateliê Terena Arte Indígena com o qual eu venho desenvolvendo vários projetos em arte com cerâmica. Então não está separado, o meu trabalho é a espiritualidade, e a espiritualidade está envolta em todo o meu trabalho.
› Irineu Nje’a Terena, Itaaká, instalação de esculturas infláveis, Ko’eyene – Festival Theaterformen em Braunschweig, Alemanha, 2024. Foto: China Hopson.
NOTAS
1 Líder espiritual da cultura Terena cuja função se aproxima à do Pajé na cultura Guarani, antigamente o Koixomuneti tinha um papel muito importante no contexto da aldeia, sendo também uma liderança política.
2 O mito de origem do povo Terena é um longo relato de como o herói civilizador duplo (tem uma parte “gêmea” que age como um anti-herói) Yurikoyuvakái tirou os Terena de debaixo da terra e ensinou-lhes o uso do fogo e das ferramentas agrícolas. É essa dupla face do herói que fundamenta o comportamento dos membros das metades xumonó (gozadores, “bravos”) e sukirikionó (sérios, “mansos”), ainda presentes em muitos aspectos da vida social e cerimonial Terena. In: https://pib. socioambiental.org/pt/Povo:Terena#:~:text=O%20mito%20de%20 origem%20do,geração%2C%20pelo%20menos%20em%20Cachoeirinha.
3 O rapé é uma medicina ancestral à base de tabaco e plantas de poder com propriedades medicinais e espirituais, geralmente usada em cerimônias e rituais de cura.
4 Êxiva é o nome dado à região em que vivia o povo Terena antes da invasão europeia. Corresponde à região do Chaco que compreende parte do Paraguai, da Argentina, da Bolívia e a região do Pantanal do Brasil. Devido à colonização em busca de ouro e prata, o povo Terena originário dessa região se deslocou para o Mato Grosso do Sul.
5 Cerimônia em que os Koixomuneti cantam invocando a força da natureza. Girando seu itaaká conectam com os koipihapatis (espíritos guias) e o kipahê (penacho feito de pena de ema) que passa nos corposdas pessoas limpando toda energia negativa.
6 Bebida sagrada utilizada em celebrações, obtida pela fermentação de mandioca e mel, também chamado de hidromel.
7 Referência aos estudos da filosofia antroposófica que compreendeos registros Akáshicos como um compêndio de todos os eventos, pensamentos, palavras, emoções e intenções universais que já ocorreram no passado, presente ou futuro em termos de todas as entidades e formas de vida, não apenas humanas. In: https://guiadaalma.com.br/registros- akashicos/.
8 Artefato Terena para a cura, semelhante a um maracá.
9 Artefato Terena com penas de ema para limpeza espiritual.
Irineu Nje’a Terena
Artista indígena, pertence à etnia Terena do estado de São Paulo. Nascido na Aldeia Kopenoti, está em contexto urbano na cidade de Bauru (SP). Irineu trabalha em seu Ateliê Terena Arte Indígena desenvolvendo arte em cerâmica como forma de resistência. Com formação em História e especialização em Antropologia, atua há mais de 20 anos como defensor da cultura indígena de forma contínua. Seu trabalho debruça-se em abordagem decolonial nas suas práticas, dialogando com diferentes linguagens: cerâmica, palestras, desenhos, performances, escrita e teatro. A arte em cerâmica é mola propulsora para seu trabalho em esculturas que traz a identidade e a história de seu povo Terena.
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